terça-feira, 4 de dezembro de 2007

AUMENTOS NOS TRANSPORTE (POUCO) PÚBLICOS...

Será que com os aumentos no valor dos títulos de transporte (passes e bilhetes) que irão ser feitos no sector público dos Transportes Colectivos de Passageiros farão qualquer sentido na forma em que estão a ser aplicados?
E no valor que é apontado pela Secretária de Estado dos Transportes, Ana Vitorino, que os mesmos rondarão entre os 2,1% e os 4%?
A causa até compreendo que seja devido ao aumento do barril de petróleo, mas nesse aspecto todos os Portugueses também já são penalizados quando vão abastecer os seus veículos, quando acendem um interruptor ou abrem a torneira...

Será que é desta forma que querem reduzir a quantidade de veículos no interior das cidades e fazer com que a população adira aos transportes públicos? Assim é impossível!
Se querem que sejam utilizados os transportes nas deslocações da população, têm que ser melhoradas as redes e serviços prestados pelas Empresas de Transportes, sejam públicas ou privadas (pois nem sempre o facto de serem privadas é sinónimo de qualidade!).
E acima de tudo que os preços aplicados nos títulos de transporte sejam mais baixos que os custos que têm os condutores no seu dia-a-dia, senão não valerá a pena a transição da utilização do veículo próprio para a rede de transportes.
Para além de considerar que os aumentos nos transporte são medidas pouco ecológicas ...

A não ser que queiram que andemos todos de bicicleta... Sempre fazia melhor à saúde...

4 comentários:

António de Almeida disse...

-O Nuno aqui levanta uma questão bem pertinente, em princípio sou favorável ao funcionamento do mercado, com a lógica do utilizador/pagador, mas aqui tal não é viável, pois as cidades não sobreviveriam a tal lógica, então o estado, leia-se nós, a sociedade, terá de subsidiar uma verdadeira política de transportes, integrada, não pode ser municipal, como forma de pensar Lisboa e Porto. Neste quadro, aceitaria que os preços a practicar não sejam os de mercado, mas em primeiro lugar, mais do que ser contra, ou compreender este aumento, era realizar duma forma séria, estudos para definir que modelo de transportes queremos nas nossas cidades, quanto custa, e quanto estamos dispostos a pagar. Actualmente não fazemos nada disso, navega-se á vista!

Nuno Raimundo disse...

Boas antónio...

Estou consigo em tudo o que escreveu.

Por enquanto "navega-se à vista", pois a grande maioria das empresas de transporte colectivos ou são estatais ( logo já sabemos como são geridas...) ou então beneficiam de ajudas estatais ( os acordos dos chamados passes sociais); logo pouco se importam com a realidade de quem os utiliza.

Por conhecer bem este sector, posso afirmar que existe muito a ser feito, a ser estudado e desenvolvido.
Mas parece que isso pouco importa às grandes empresas, porque no fundo, todos somos obrigados a usá-las, pois os custos cada vez maiores da utilização de transporte proprio nos empurra para os transportes públicos.
e assim vão-se aproveitando do proprio sistema que existe, pois não há alternativa, nem justa nem coerente.


abr...prof...

António de Almeida disse...

Complemento

-Nuno, para uma política neste sector ser bem sucedida, a mesma deveria ser integrada num plano de ordenamento territorial, e beneficiar de investimento estrutural, entenda-se, aposta em linhas ferroviárias e de metropolitano, as únicas capazes de verdadeiramente, diminuirem o fluxo de utilização do automóvel. O transporte urbano rodoviário, tendencialmente deverá ser complementar. Isto se existisse sequer uma planificação, em lugar da navegação á vista.

Nuno Raimundo disse...

Boas antónio...

O seu "complemento" é correctíssimo.


Uma das ideias a avaçar seria essa.
mas como iria mexer com muitos interesses instalados, não será tida como opção real a ser estudada e desenvolvida.
mas repito, a sua ideia é bastante correcta!

abr...prof...