sábado, 31 de janeiro de 2009

O AMOR...

Escrevi este desabafo há uns anos atrás e partilho-o com Vocês na Série "Pensamentos & Desabafos". Já algum tempo que não publicava textos deste género, mais interior, mais filosófico...

O AMOR

O Amor tal como a Vida, é apenas um conjunto de encontros e desencontros, paixões, afinidades, traições e ódios, felicidades e infelicidades.

Ações e pensamentos esses que nos fazem ser aquilo que hoje somos, em relação aos nossos ideais bem como nas atitudes que tomamos em determinados momentos da nossa vida. Atitudes que nem sempre são coerentes com a nossa forma de estar mas que a maioria das vezes teem de ser tomadas para não corrermos o risco de ficarmos para trás na nossa evolução como pessoas, podendo esse crescimento não ser feito da melhor forma que seria o ideal e sendo apenas o espelhar de outras tantas situações que nos moldaram até chegarmos ao que somos de neste momento, pois a Vida e o Amor são uma constante escalada de aprendizagem e conhecimento onde nada nem ninguém pode afirmar que tudo sabe, pois ao cairmos na tentação de afirmarmos que tudo sabemos, só demonstramos ainda mais a nossa ignorância e incapacidade de aprender e de evoluir.

O amor pode ser encarado também como uma forma de estar, sendo assim, quem vive desta forma, vive numa (aparente) felicidade, pois apesar de se estar feliz, o mundo não pára de girar. E se não evoluirmos nesse e com esse sentimento estamos sujeitos a ficar ultrapassados, pois estamos constantemente em prova absoluta desse nosso amor, bem como na mira de eventuais “aproveitadores de situação” que mais nada querem senão tomar o que é “nosso” porque nos invejam, porque apesar de ninguém ser dono de nada, ao sentirmo-nos ligados a algo, inconscientemente o tomamos como adquirido sem que ninguém tenha ou possa alcançar essa fonte de “prazer”.

O que é o Amor afinal ?!

Senão a fonte de um prazer imensurável, e um sentimento que nos percorre e entorpece o corpo, pois quem ama e se sente amado, vive numa constante alienação porque mais nada vê senão a fonte desse amor, ficando inebriado e cego quando se é correspondido por tal sentimento, porque somente esse alguém nos parece importar e o resto das coisas são de importância menor. E desta maneira corremos riscos que em outras situações ou alturas não correríamos e ficamos sujeitos a cometer erros de avaliação e atitudes insanas e a cair em tentações que tantas das vezes nos são prejudiciais. Mas mais nada importa, pois estaremos em busca desse sentimento viciante ( porque o amor actua como uma droga ao elevar-nos os nossos níveis de dopamina e ao produzir endorfinas que se encarregam de nos dar essa sensação de bem-estar que nos vicia e tolda a mente e o espírito); que queremos e desejamos que não acabe nunca, pois mesmo que nos adormeça para a realidade aguça-nos “outros “sentidos e dá-nos novas perspectivas sobre a vida. Ao estarmos felizes queremos que a nossa cara-metade se encontre feliz também, e para tal, temos de criar condições para que seja possíveis a manutenção e estabilidade dessa felicidade; pois só a custo de recuos e avanços pode progredir uma relação que tenha como base um futuro e uma vida em comum, pois se não for com estas perspectivas o que sentimos não é amor, mas sim paixão; E esta sim é uma das maiores “dores de cabeça” do ser humano, pois cria-nos fantasias do que será a vida, mas que na realidade não passam apenas dos nossos desejos reflectidos em alguém e que com o passar do tempo esses desejos e anseios acabam por desvanecer porque a paixão é um sentimento irreal e temporal, coisa que o amor não é!

Através da paixão pode-se atingir o amor, mas o caminho inverso é quase impossível, pois a chama doce e calma do amor é diferente da chama quente e violenta da paixão e só com paciencia e disponibilidade se conseguem fundir. Pois o amor é sentido de uma forma real e é intemporal na nossa mente e nas experiências vindouras, sendo que a cada nova relação ou conquista se compare (in)conscientemente todas as experiências anteriores, o que geralmente acaba por ser um erro tremendo pois essa comparação pode influir negativamente na relação que se tenha de momento; porque apesar de ser possível evitar erros passados, todas as pessoas são diferentes e temos de olhar para cada uma das situações como novas situações, porque só desta forma podemos evoluir e fazer evoluir o nosso amor.

Nunca e de modo algum poderemos por a outra pessoa num patamar acima de nós, o que acontece a grande maioria das vezes, para que não se passem situações de abusos e de intolerâncias, porque que pensa que ocupa um lugar cimeiro ou de destaque, muitas das vezes é inobservante em relação aos sentimentos da outra pessoa e pensa que de tudo pode, o que não se enquadra com a verdadeira filosofia do amor, onde impera um clima de respeito mutuo e de confiança plena, para além das demais responsabilidades e “obrigações” a que estamos sujeitos ao assumirmos uma relação. Porque quando assumimos uma relação é porque já passamos a fase da descoberta e que gostámos do que vimos e que nos sentimos preparados para algo mais forte, consistente e importante e acima de tudo perspectivamos um futuro com essa pessoa; caso contrário mais vale andar a saltitar de paixão em paixão, porque apesar de não nos preencher, sempre vamos aprendendo algo com isso (para além de passarmos uns tempos agradáveis) até que o amor apareça e encontrarmos a/o “the one and only” que nos consiga “reformar” das aventuras e desventuras da vida.

E aqui ficou um desabafo sobre o amor...

5 comentários:

Pata Negra disse...

Detesto a amor porque ele me prende à vida! Amo as pessoas que falam do amor sinceramente!
Um abraço terno e amoroso
(calma, não sou gay!)

C Valente disse...

boa analise
saudações amigas

Nuno Raimundo disse...

*Boas pata negra...

"Detesto a amor porque ele me prende à vida!" E não é bom,sentirmo-nos Vivos?
:)

um abraço terno e amoroso nunca é abichanado.
é sinal de grande amizade e estima. :)
Essa que eu Te retribuo e sinto.

abr...prof...

Nuno Raimundo disse...

bOAS C...

A tal análise foi feita há já algum tempo e foi mais um desabafo, fruto de uma conjugação de pensamentos e que na altura achei que devia passar para papel para mais tarde recordar.

Nem que fosse para me lembrar da grande importancia e influencia que o Amor influi na nossa Vida.

abr...prof...

Nuno Raimundo disse...

Boas portaria ilegal.

o seu comentário nada tem a gaver com o post.

Agredeço a visita.

abr...prof...