segunda-feira, 29 de outubro de 2007

SECTOR PÚBLICO Vs PRIVADO...

Muito devagar se vai incutindo nas pessoas a ideia errada de que se tudo for privatizado a vida melhora.
E que o Sector Estatal não funciona, é retrogrado, ultrapassado e que não se consegue renovar.
Que mentira esta!

Assumo que temos uma “máquina estatal” demasiado “gorda e obtusa”, mas se a dinâmica empresarial que existe nos “privados” fosse aproveitada na Função Pública, a mesma daria bons frutos e teria bons resultados, e resultados esses que seriam suficientes para sustentar o nosso Estado e manter postos de trabalho que muito fazem falta ao nosso país.

E se o próprio Estado começar a introduzir a ideia que os privados resolvem tudo,estará no fundo a dar um “tiro no pé” e a enganar os seus utentes e cidadãos.

Assumo que algumas empresas e sectores poderão ser privatizados ou que existam parcerias público-privadas para um melhor aproveitamento de recursos ou conhecimentos, mas privatizar tudo ,é que não!
Senão, quais as consequências de tal acontecimento?
Não perderia o Estado o seu cariz social e protector dos seus cidadãos?

Eu assumo que crítico o funcionalismo público, mas apenas a sua burocracia e despesismo, mas não defendo a sua privatização nem a privatização total de sectores como a Saúde, a Defesa, Transportes e Telecomunicações que devem permanecer sempre na posse do Estado.
Que exista alternativa e concorrência, tudo bem, até para o consumidor é melhor porque se dinamizam os produtos, baixam os preços e a qualidade tende a aumentar, para além de hoje vivermos num mercado livre e global, em que se deve aproveitar todas as ofertas e oportunidades.

Com isto ( tudo), defendo que o Estado deve honrar o seu compromisso protector e social, logo deve é criar e melhorar os seus serviços, invés de tudo fazer para que cada vez mais nos sentimos tentados a preferir o sector privado em detrimento do público.

14 comentários:

António de Almeida disse...

-Pois, mas que exista concorrência verdadeira, e que o Estado se pretende manter na sua posse empresas, que crie de facto uma dinâmica empresarial, em que as mesmas têm de ser auto-suficientes, ou encerrarem, e não irem ao sítio do costume, ou seja os bolsos do contribuinte, para financiar empresas, que se permitem dessa forma dispensar-se ao rigor duma boa gestão, e ainda fazem concorrência desleal a quem não tem essa possibilidade. Quando recorro a um médico, pago a dobrar, pago onde sou atendido, e onde não sou, porque continuo a descontar, ainda por cima contrariado, para a segurança social. Em minha opinião, todos deveriamos pagar uma taxa social, que serviria para constituir um fundo, financiando a assistência aos realmente necessitados, os outros seriam todos obrigados a ter um seguro de saúde, público ou privado, seria uma escolha individual, sem possibilidade de transacioná-lo como nos EUA. Se começar aqui a explicar a concorrência desleal que certas empresas fazem, escrevo uma resposta mais comprida que o post. Digo apenas, que não vejo necessidade do Estado deter a Galp ou a CGD, mas como não me pesam nos bolsos tudo bem, agora RTP? Ainda na passada semana, o governo decidiu mais uma contibuição, dando áquela empresa aquilo que me pertence a mim, bem como a todos os portugueses, para quê? Gato Fedorento, Dança Comigo, Prós e Contras, Praça da Alegria, são serviço público? A mim não me prestam serviço algum!

susana disse...

Nunca ninguém disse palavras tão sensatas! O problema está mesmo na forma como o Estado é gerido, se houvesse uma boa organização, nada disto estaria assim!
beijinhos miss

Tiago R Cardoso disse...

excelente amigo Nuno.

O estudo que fizeram por ai não passa de um sondagem e para mim essa historia de todos acharem que o privado trabalha melhor que o publico, não passam de "preconceitos".

Anónimo disse...

Trabalho será que deve ser classificado em público ou privado, ou simplesmente avalizado se é ou não bem feito?
Já não chega de tanta conversa de privatizar ou não? Acho que sim, chegou o tempo de construir, de unir quem ainda pensa, como tu, eu e todos os que ainda possuem coragem para pensar e escrever transmitindo as suas opiniões, na mais saudável atitude que existe numa sociedade, tentar melhorar...
Ontem já era tarde, hoje podemos começar, mas se continuamos a esperar para amanhã, essa espera pode ser fatal, porque para amanhã ainda falta muito tempo...

quintarantino disse...

Eu conheço situações no sector privado que são de bradar aos céus e espelham que, aqueles gestores, no sector público seriam iguais ao que criticam aos que lá estão.
Eu conheço situações no sector público que são cuidadosamente escondidas para que ninguém as tope, não vá dar-se o caso de alguém vir a descubrir que onde há organização, boa gestão de recursos humanos, o reconhecimento de quem lá trabalha até se fazem coisas a sério!
Tenho dito.

Nuno Raimundo disse...

bOAS António...

Concordo consigo no geral do comentário e mais ainda quando afirma que devem as empresas do Estado serem auto-suficientes.
Para mim isso é uma assumpção obrigatória, pois não podemos continuar a alimentar "gulosos" que vilipendiam as finanças do Estado através de gestões danosas e que depois saiem para empresas para cargos ainda melhores que os anteriores.
O Contribuinte não pode alimentar este tipo de situações e ainda bem que o novo estatuto do gestor público já penaliza quem tenha gestões danosas ou "estranhas".

Quanto ao tal "fundo social", também sou da opinião que deve existir, senão os mais "fracos" e pobres não teriam condições de aceder ao sector da Saúde.
Mas devia existir uma taxação com base no IRS para esse mesmo fundo ( discutível, talvez; mas parece que seja mais justa esta forma de cálculo).
Mas eu tenho algum receio ( talvez não justificado) quanto á acção do sector privado na Saúde e na gestão de dinheiros que eu considero que deveriam ser públicos.
Pois se as empresas privadas que gerirem os seguros de saúde forem á falência ou se existir um problema ou crash financeiro, o que aconteceria com os segurados delas?
Não estou bem por dentro de tais assuntos, mas penso que não seria muito bom para elas.

E quanto á RTP, bem nem vale a pena comentar, não é?!
O próprio canal só por si mesmo já demosntra o que vale, quanto mais pagarmos para o "gramar"...


abr...prof...

Nuno Raimundo disse...

Olá miss...

Agradeço as tuas palavras.

E penso que se assim acontece-se, o sector privado teria pouca margem de manobra tal a efiiência "estatal"...
Mas a realidade não é essa. É pena.

bjs

Nuno Raimundo disse...

BoaS tiago...

Penso isso mesmo, que é uma sondagem "comprada" para nos incutir falsas espectativas e noções erradas.
É claro que o Estado tem muito a desejar, mas se dessem também as condições logísticas, financeiras e outras necessárias, com crteza que tudo iria funcioar correctamente.
Mas nada disto se passa, as gestões são desenquadradas e despesistas, os "instrumentos" e "locais de trabalho" obsoletos. Assim quem consegue "render" seja o que for?!
Apenas cumprem com o seu horário e nada mais.

Se fossem estimulados com a melhoria das suas condições laborais e não com os estimulos "desempreguistas" dos dias de hoje, a Competência e a Eficiência seriam os adjectivos pelos quais a "máquina estatal" seria conhecida, mas este adjectivos apenas existem nos meus sonhos.
é verdade que existe gente competente, senão ainda estaíamos pior.

Mas ao ser criado este "preconceito" enganador, quem pouco ou nada conhece e está mal informado, irá "embandeirar em arco" com estas sondagens, pois o consumidor está cansado de tantos "abusos " e faltas de consideração que vão acontecendo nas empresas e serviços do estado.
E vão aproveitar a sua revolta para alimentar este tipo de "opiniões" privatizadoras...


abr...prof...

Nuno Raimundo disse...

BoAS sniqper...

É bem verdade o que afirmas.

Deviam os recursos existentes, pelo menos aqui na Blogosfera, para se criar cadeias de opinião que fossem mobilizadoras e esclarecedoras, para que muitas das situações que vão acontecendo, começassem a diminuir...

Pois os media já pouco poder têm, tal a dependência que têm do Estado ou dos grupos financeiros a que pertencem.

E como dizes: amanhã ainda é muito longe...


abr...prof...

Nuno Raimundo disse...

BoAS quintarantino...

Tal como tú, conheço situações em que mais vale esconder os bons resultados, não vá alguém querer que se acabem...

Parece que neste país se premeia quem erra e se pune quem é competente e honrado, e que acima de tudo é PROFISSIONAL no que faz...

abr...prof...

Quintanilha disse...

Na generalidade do funcionalismo público não existe a cultura do trabalho, nem da responsabilidade, nem da responsabilização!
Quem suporta isso, com os seus impostos, é mal servido!

JOY disse...

Boas Nuno,

Sou da opinião que nem tudo o que é publico é mau nem tudo o que privado é bom , há bons e maus exemplos dos dois lados ,parece-me que há serviços dos quais o estdo não deve abdicar e há outros que ai sim o estado devia privatizar a RTP é sem duvida nenhuma um desses casos ,penso mesmo que os governos só não se livram da RTP pelo potencial de doutrinação que a Televisão tem ainda por cima na mãos do poder,por isso governo após governo tem alimentado esse monstro despesista.

Um abraço
JOY

Nuno Raimundo disse...

BoAS quintanilha...

Não concordo na generalidade, pois apesar de existir no "funcionalismo" a desesresponsabilização e um pouco a cultura do "deixa andar que ele se fará sozinho", sei que existe gente válida e que veste a "camisola". Caso contrário já nos tinhamos afundado há muito.
Muitas vezes o que acontece é as pessoas estarem desmotivadas e não fazerem um trabalho melhor.
Isso sim é criticavel e errado.
Pois todos nós devemos ser profissionais e cumpridores de nossas obrigações e tarefas laborais.
Se na função publica deviam ter outra atitude?
É claro que sim, pois todos somos utentes do Estado, e quem lá trabalha deve "servir" os outros da mesma maneira que gosta de ser "servido" quando necessita dos outros trabalhadores...

Tém é o Estado a obrigação de proporcionar a essa gente boas condições de trabalho, para que tudo corra pela melhor forma e não acontecer que sejamos nós utentes a pagar as "favas" pelo descontentamento que esses trabalhadores tenham.

Muitas vezes ocorre que as nossas opiniões sobre o sector público decorra de más experiências que tenhamos, pois no geral, tirando as burocracias habituais e( e despropositadas)e o claro despesismo público, não tenho grandes críticas a fazer aos trabalhadores, antes sim aos seus serviços.
[ Como sempre é o Sistema que paga :) ]


abr...prof...

Nuno Raimundo disse...

bOas joy...

É claro que eistem bons e maus exemplos da ambas as partes, mas da parte privada, esse problema é somente "dela" enquanto que na "pública", qualquer problema que exista acab por afectar todos nós, pois no fundo, somos quem alimenta a "maquina estatal" com os nossos impostos e contribuições sociais.

E é claro que a RTP é a correia de transmissão das ideias do governo, seja qualquer executivo que lá estiver.
Pois existe sempre a tentação do "empregador" "mandar e desmandar" nos "empregados".
E terá aí sempre uma boa forma de distribuir as suas ideias e influenciar os espectadores.

Mas também os privados assim fazem, defendendo os grupos económicos a que pertencem.

Neste momento o sector dos media sofre uma clara incerteza sobre os seus conteudos devido a tantas situações e acontecimentos que só os descredibilizam.
Porque quase sempre "fabricam"notícias á medida...
E isso é prejudicial para todos nós que dependemos da Informação para tudo.


abr...prof...